Edimilson Montalti
Jornalista científico e assessor de imprensa da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
Desde março, os alunos de Medicina e Enfermagem da Unicamp prestam orientação via telefone aos pacientes com sintomas relacionados ao Covid-19. Os atendimentos são realizados remotamente por meio de um número fornecido a população e redirecionado aos celulares dos alunos voluntários. O telefone é (19) 3521-9130. Até maio, já foram realizados mais de 1.100 atendimentos, sendo 65,3% da procura relacionada aos sintomas do novo corona vírus. A grande maioria das chamadas é proveniente do estado de São Paulo (90%), mas os alunos já receberam ligações de todos os Estados do Brasil. Leia aqui sobre o Telessaúde.
“Os estudantes locais conhecem melhor o seu território. Assim, quando um paciente de Manaus liga ao telessaúde da Unicamp, não possuímos todas as informações deste local para poder orientá-lo, sendo preferível que os próprios estudantes de Manaus pudessem atendê-lo para prestar as melhores recomendações”, comenta o quartoanista do curso de Medicina da FCM, David Cirigussi, e membro do grupo de Telessaúde da Unicamp.
Pensando na melhor forma de levar informação correta sobre Covid-19 e replicar a experiência do Telessaúde da Unicamp em outros Estados brasileiros, David idealizou o programa Orienta Covid, que já está implantado nos estados de Minas Gerais, Pará, Espírito Santo e Tocantins. Veja aqui o projeto Orienta Covid.
De acordo com o projeto, os alunos voluntários devem ser capacitados por meio de cursos do Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde ou outras fontes científicas fidedígnas. Semanalmente, são incentivadas a realizam discussão de casos com professores sobre temas relacionados à doença. Durante todo o período de atendimento, deve haver supervisão dos professores das Universidades participantes para sanar eventuais dúvidas durante os atendimentos.
“Essa iniciativa é praticamente dos alunos. Eles transformaram o Telessaúde num projeto de abrangência nacional. Com isso, os alunos se comprometem com atividades mesmo em período de isolamento, aprendem com os professores e dão orientação adequada à população sobre quando procurar atendimento médico ou como se proteger em casa. Isso está sendo muito útil à população”, disse Gustavo Pereira Fraga, cirurgião do trauma e professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
O serviço de orientação não proporciona benefícios apenas ao paciente. Com a interrupção das aulas presenciais em boa parte das universidades, os estudantes acabam perdendo o contato com o paciente, o que é vital na formação médica. Durante a orientação, os estudantes possuem a oportunidade de entrar em contato com um paciente, fazer uma anamnese e dar uma conduta, o que possui grande valor durante a formação médica neste momento.
“Pretendo levar todo esse conhecimento a outras universidades do país para somarmos esforços no combate à Covid-19 e ampliar o número de pacientes beneficiados por esta ação. Teremos um site que reunirá todas as iniciativas do território nacional, proporcionando uma maior visibilidade de todos os serviços associados ao Orienta Covid”, disse David.
Mais informações pelo email orientacovid@gmail.com
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