Evento foi realizado em conjunto com Simpósio Internacional de Pesquisa em Educação para as Profissões da Saúde

Foram realizados, nos dias 29 de 30 de maio, o Simpósio Internacional de Pesquisa em Educação para as Profissões da Saúde e o 6º Seminário Internacional sobre Carreira Docente nas Profissões da Saúde, respectivamente. A abertura e principais palestras e mesas-redondas foram sediadas no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Os eventos também ocorreram em outros espaços da FCM, como arenas, auditórios e Espaço das Artes (visitação de pôsteres).

O Simpósio e o Seminário foram organizados pelo Núcleo de Avaliação e Pesquisa em Educação na Saúde (NAPES) e Comissão de Corpo Docente da FCM, com o apoio da Coordenadoria de Apoio Acadêmico, Núcleo de Tecnologia da Informação e Assessoria de Relações Públicas e Imprensa. Ambos os eventos integraram a programação de aniversário dos 60 anos da FCM.

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Seminário contou com tradução simultânea das palestras estrangeiras. Foto: Karen Moraes/ARPI

6º Seminário Internacional sobre Carreira Docente nas Profissões da Saúde

O Seminário, realizado a cada dois anos, reúne professores de diversas universidades, do Brasil e do exterior, buscando espaços para discussão da conjuntura atual e as perspectivas de atuação na carreira docente na área da saúde.

Na abertura do Seminário, Eliana Amaral, coordenadora do NAPES, lembrou que na ocasião do surgimento do evento, buscava-se entender a possibilidade de uma carreira acadêmica mais dedicada ao ensino do que à pesquisa tradicional. “Para nossa surpresa, foi uma atração enorme, porque era uma questão que não se discutia muito no Brasil naquela época. Tem sido sempre um bom momento para debater esse assunto”.

Para Fábio Menezes, coordenador de graduação de Medicina, “Esse evento traz a possiblidade de discutirmos entre nós e membros de diferentes escolas do Brasil como podemos melhorar e qualificar a vida do educador”. Erich de Paula, diretor-associado da FCM, apontou que tem havido mudanças do que se espera do professor e educador na área da saúde, com base nas demandas da sociedade e do novo corpo discente.

 

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Alunos veem pôster no Espaço das Artes. Foto: Marcelo Oliveira/ARPI

Mesa internacional

Em seguida, houve mesa internacional, coordenada por Eliana Amaral. Brownel Anderson, professora da Universidade do Minho, em Portugal, falou sobre o tema: “Novo corpo docente para as novas tendências na educação de profissões de saúde”.

“Como docentes, precisamos continuar relevantes, aprender, participando uns com os outros, com nossos alunos, a fim de manter programas de ensino de qualidade”, afirmou Brownel. Ela apresentou o estudo de colegas americanos, de 2019, intitulado: Novos papeis para educadores do corpo docente em 2025. “Esses papeis desafiam os educadores e suas habilidades como especialistas em conteúdos”, disse Brownel, indicando que serão atribuição dos educadores: avaliador de diagnóstico; curador de conteúdo; adotante de tecnologia; guia de aprendizagem centrado no aluno e mentor profissional; designer, engenheiro arquiteto e implementador de ambiente de aprendizagem; e modelo de clínico. Depois da apresentação, a docente propôs que os participantes discutissem com pessoas distantes se já estão cumprindo esses papeis.  

A próxima palestra, “Desenvolvimento docente na Era das Competências e Atividades Profissionais Confiáveis para graduandos e residentes”, foi ministrada por Maryellen Gusic, docente da Universidade Temple, nos Estados Unidos.

Maryellen pontuou que a educação médica baseada em competências deve considerar o contexto, ou seja, a necessidade dos pacientes e da sociedade. “É importante entender que, como docentes, somos responsáveis por criar uma experiência de aprendizado nesse ambiente. Nós não sabemos os pacientes vamos atender ou o que eles vão precisar de nós. Então, temos responsabilidade de tentar criar um currículo que permita que os alunos aprendam focando em experiências do mundo real”. Ao final de sua fala, ela enumerou lições aprendidas em sua experiência. Entre elas, está a de que o desenvolvimento do corpo docente é crítico para apoiar avaliação baseada em competências. Além disso, segundo Maryellen, “a consistência da aplicação dos critérios criados para avaliação dos estudantes é fundamental, porque é capaz de integrar e utilizar esses dados tanto qualitativa quanto formativamente, em diferentes especialidades médicas”. Depois de sua fala, abriu para perguntas dos inscritos.

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Eliana Amaral, Maryellen Gusic e Brownel Anderson em mesa internacional do 6º Seminário. Foto: Karen Moraes/ARPI

Síntese e encaminhamentos

O professor Fábio Menezes apresentou uma síntese do Simpósio. Segundo o coordenador, as palestrantes internacionais enfatizaram a importância da ciência para o ensino. “A gente precisa usar a ciência a favor do professor para que o ensino seja qualificado”. Trazendo para a FCM, ele lembra dos espaços de aprendizado, como a interface com a rede pública de saúde, que é um dos grandes desafios que as escolas têm hoje. Além disso, destacou a necessidade de se repensar as avaliações de maneira a entregar o aluno para o mercado de trabalho profissional de forma confiável.

O coordenador recordou os tópicos abordados nas palestras nacionais, como a autoavaliação, já aplicada na FCM, como ferramenta de desenvolvimento docente.  “Também acho importante a participação dos professores, criando redes de apoio e trabalho interinstitucionais. Isso só pode acontecer participando de congressos como esse, que agregam várias escolas no mesmo sentido”, declarou. Outros pontos: necessidade da separação da carreira de ensino e de pesquisa; importância da extensão para o docente; e desafio de tornar financeiramente atrativa a carreira acadêmica em Medicina. Finalizando suas considerações, Fábio apontou que, com relação ao corpo discente de Medicina, “Talvez o que as comissões de ensino mais se deparem hoje é a resolução de problemas emocionais dos alunos, e não problemas técnicos do curso”.

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Fábio Menezes, coordenador de graduação em Medicina da FCM. Foto: Karen Moraes/ARPI

Simpósio Internacional de Pesquisa em Educação para as Profissões da Saúde

No dia 29, ocorreu o Simpósio Internacional de Pesquisa em Educação na Saúde, voltado a profissionais e estudantes de pós-graduação, visando à atualização de novidades de pesquisa no mundo. Houve conferências internacionais, apresentações simultâneas de trabalhos orais e pôsteres. O Simpósio reuniu cerca de 70 trabalhos apresentados.

Na mesa de abertura, estiveram Eliana Amaral, coordenadora do NAPES; Erich de Paula, diretor-associado da FCM, Cláudia Morelli, docente da FCM e representante da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Unicamp; e Joana Bastos, também docente da Faculdade.

Joana afirmou que a pesquisa em educação e saúde ainda pode ser desenvolvida e aprimorada. “A organização desse evento foi com o objetivo maior de fazer o intercâmbio com professores proeminentes em pesquisa em ensino e saúde, trocando ideias e encorajamento. Aqui na Unicamp temos esse perfil com área de concentração em ensino, mas sabemos que isso não existe ainda para todos”. Cláudia disse que “acredita muito na pós-graduação de ensino em saúde. Esse trabalho da professora Eliana e colegas tem trazido frutos muito importantes para nossa pós-graduação e de outras universidades”. Por fim, apontou que a FCM tem pontos a melhorar, como a avaliação dos egressos e a pós-graduação de forma geral.  

 

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Mesa de abertura do Simpósio, no dia 29. Foto: Karen Moraes/ARPI

Confira os eventos na íntegra

6º Seminário Internacional sobre Carreira Docente nas Profissões da Saúde (com tradução)

Simpósio Internacional de Pesquisa em Educação para as Profissões da Saúde

Veja também

Site do Simpósio e Seminário (2023)

V Seminário Internacional sobre a Carreira Docente nas Profissões da Saúde é sucesso de público